Desde o início da pandemia da COVID-19, surgiu a questão da falta de aço, cimento e asfalto para as obras em andamento e também para as que se iniciam.

 

Os fornecedores desses materiais básicos e essenciais têm tido grande dificuldade de entrega ou atrasos consideráveis, influindo no cronograma e no custo indireto das obras, além dos recentes aumentos de preços, em especial ao aço, que praticamente dobrou os custos no período da pandemia e que impacta diretamente nos orçamentos e consequentemente na viabilidade de determinadas obras.

 

Como lidar com essa dificuldade a curto prazo? É sobre isso que vamos falar um pouco nesse artigo.

 

Não existem respostas simples e claras. Cada problema de cada obra deve ser visto com todas as suas caraterísticas, para que a melhor decisão possa ser tomada. Sempre quando surge uma crise, surgem também oportunidades. Essa é uma antiga sabedoria oriental, representada pelos ideogramas chineses e japoneses.

 

Com criatividade, conhecimento e engenharia, soluções alternativas podem ser propostas e analisadas. Este tem sido um desafio recente em nosso trabalho e no dia-a-dia de muitos parceiros e clientes. Vale a pena trocar ideias nesse sentido, com alguns aspectos a serem pensados:

 

Inicialmente, deve-se recorrer ao conhecimento “estado da arte” para levantar soluções possíveis de forma preliminar. Em seguida, a qualidade ou o desempenho da solução, seu custo total, o prazo de execução e seu impacto na obra como um todo devem ser estimados. Com esses dados em mãos, pode-se comparar as alternativas para possibilitar uma decisão.

 

Por exemplo, no caso de pisos e pavimentos, existem as seguintes possibilidades imediatas, entre outras mais elaboradas e combinações entre elas:

 

• Substituição da camada superior de asfalto por White-Topping, uma fina camada de argamassa de alta resistência.

• Substituição de pavimentação de asfalto por CCR (concreto compactado com rolo) provisório, podendo receber capa asfáltica posteriormente.

• Substituição de pavimentação asfáltica por concreto, intertravado ou paralelepípedos, ou parcial conforme critérios de utilização posterior e disponibilidade de materiais para cada solução.

• Substituição de tela de aço por fibras de aço ou fibras sintéticas estruturais.

• Aumento da espessura de concreto para redução de armadura ou substituição por fibras.

• Melhoria da sub-base com diversas tecnologias para reduzir a necessidade de armaduras ou reforços (redimensionamento).

• Combinação de sistemas de armadura convencional e fibras, utilizando os diversos materiais disponíveis de forma otimizada.

 

A decisão deve ser tomada com base no custo-benefício, sempre levando em conta o trinômio qualidade, custo e prazo de cada solução, com o melhor conhecimento disponível de todas as condições de contorno e previsões possíveis sobre a disponibilidade e variação de custo de cada material que compõe a solução.